domingo, 16 de dezembro de 2012

De onde parei


O tempo foi passando e as palavras criando camadas que as impediam de serem ouvidas. Muito aconteceu, quase dois anos passaram. E aquela vontade foi sendo suprimida até ser insuportável senti-la. O pensamento não dito fica negligenciado. Palavras não ditas sufocam, literalmente. Faz o coração bater mais rápido, o pulso descontrolar, a respiração ficar ofegante.

Apesar disso, eu vivi mais um ano bom. Sofri, mas sorrindo. Enganando-me? Não, apenas tentando melhorar. Dizem que o que os olhos não veem o coração não sente. Bullshit! Mesmo sem olhar no espelho, chora-se igual.  O que fazemos com tais gotinhas é o que dita a mudança.

Reservando horas para secar o rosto e retocar o batom. Tem sido assim: dias em que tudo parece me tirar até um suspiro e muitos outros que me fazem encantar quando percebo novos ais! Será a iminência de novos minutos que inflama meu otimismo?!

Na verdade, sempre esteve comigo. Em alguns momentos, adormecido em um canto da sala. É tempo de reagir e amarrar o cabelo no alto. Manter-se na luta, levantar antes do 10.

Confesso que em alguns momentos o sorriso travou. Projetos que não pude continuar, problemas de saúde que só não me irritaram mais porque incomodavam o dobro, pessoas que percebi que não suportavam o baque de uma lesão medular.

Respiro fundo e sigo rodando, procurando o foco. Sem tempo para lástimas e penas. Reconhecendo vontades, traçando o caminho. Vivendo...

Enfim, voltei!